Sempre me contam que desde muito pequena eu tinha uma ligação com bichos e plantas. Da turminha da pré-escola era eu quem cuidava dos casulos das borboletas, observava formigas, pegava cobras-cegas pra mostrar pros coleguinhas e causar faniquitos na professora, etc. E também adorava plantar feijão no algodão. Adorava mesmo. Até crescida eu gostava de fazer isso - mesmo jogando fora o pobre pé depois.

Como vocês sabem, anos depois me tornei bióloga. E eu odiava as aulas de botânica, tanto do colégio quanto da universidade. Achava um saco, não entendia nada, tive professores que não facilitaram nada. Minhas habilidades jardineiras evoluíram 0%: um feijão no algodão era o máximo que eu conseguia.

Vejam bem. Tentei plantar tulipas: não vingaram. Tentei plantar girassóis: nasceram raquíticos e viraram comida de formiga. Tentei manter um cacto: morreu afogado. Nada, nada dava certo. Com isso, era minha mãe quem cuidava das (muitas) plantas da casa de Maringá. O máximo que eu podia/conseguia fazer era regá-las na ausência de momis - e mesmo assim o sorriso delas parecia mais verde na presença da minha querida progenitora. Mal agradecidas. Hunf.

Mas como sou teimosa e a esperança é a última que morre (haja vista minha extensa lista de matanças botânicas, deve ser a última a morrer mesmo), resolvi tentar mais uma vez. Incorporei meu espírito de tiazona cultivadora e comprei sementes pra minha hortinha. Haha! Sim, hortinha.
coentro, hortelã, cebolinha, florzinhas


Me equipei de duas jardineiras, terra adubada, argila expandida, paciência. Fiz uma sujeira sem precedentes na sacada (also known as furei o saco de terra sem querer e não vi - hello, dorks!), plantei tudo. Já reguei duas vezes. Mas ainda não conversei com elas, tô meio tímida. Vai que sou toda simpática e as mato no dia seguinte, né?

Desejem-me sorte.


Pensando bem... acho que é melhor desejar sorte para as pobrezinhas.

       Elastica - Line Up