Vi este meme no blog da Ana G e da Amanda, achei bacana. Ó as regras:

1) o título da primeira página randômica daqui será o nome da sua banda imaginária.

2) as últimas 4 palavras da última frase desta página serão o título do seu disco (ok, eu roubei nessa :B).

3) a terceira foto daqui será a capa.

Então... conheçam o Ridderstad!

äë!


       Garbage - Happy Home
Todos temos hábitos e manias, fato. Eu sempre tomo banho e lavo a louça na mesma ordem. Mas é claro que não vou achar que minha vó vai morrer se eu trocar um braço por uma perna ou um copo por um garfo daquela ordem. Também sempre calço primeiro o pé direito e a primeira coisa que faço ao acordar é ligar o computador. Inofensivo.

Também existem pessoas, por exemplo, que comem de boca aberta - e aí já fica um pouco mais complicado. Você pode fingir que está sem fome ou que está tendo uma convulsão pra fugir das refeições com tão adoráveis companhias. Se não der certo, o negócio é fingir que é um pedreiro(a), enfiar a cara no prato e comer o mais rápido que puder, sem esquecer de cantar um LALALA bem alto na cabeça pra evitar o som pastoso do "nhoc nhoc" à sua frente. Concentra-se bastante pra não desviar o olhar e correr o risco de ver arroz e feijão semimastigados na boca escancarada - com aquele grãozinho grudado no canto da boca balançando ao ritmo dos movimentos maxilares - e fica tudo bem. Você pode viver o resto do dia sem muitos sobressaltos, torcendo pra não virar um adepto de flashbacks de visões do inferno. É meio perigoso, mas se sobrevive.

Então chegamos à categoria mais crítica de hábitos e manias: as de que não podemos fugir.

De sábado para domingo fui dormir bem tarde, fiquei lendo até as 4 e pouco da manhã. Dormia muito contente e quentinha quando acordo às 9:30 com um som. Não, som é demais, fui acordada por bagulho parecido a cachorro engasgado com osso. O troço ecoava pelo meu apartamento, e só depois de alguns segundos entendi o que era: a escarrada matinal do meu vizinho.

Se fosse só uma vez por dia, quiçá 3 vezes, tudo bem. A gente sobrevive ao nojinho e tenta se conformar, como no caso da boca aberta. Mas não. É o tempo inteiro. Praticamente todos os momentos poéticos que vivi aqui foram interrompidos por catarros alheios. Toda vez que os escuto sendo expelidos me contorço e meu estômago revira. E o pior: aliando isso à minha outra mania - a de visualizar tudo - é de foder a vida.

O que fazer?

Hipótese 1: falar com o vizinho
Imagino a coisa assim:

Bato à porta. Uma moça atende.
- Oi, sou a sua vizinha aqui do 96. Gostaria de falar com o responsável pelo escarro da casa.
- Só um momentinho. (Grita para dentro do apartamento) Pai!
Os outros habitantes me encaram. Dou um passo para o lado a fim de sair do campo de visão. Um homem de meia idade, camisa puída e calça amassada me recebe. Sua cara é igualmente amassada.
- Pois não?
- Oi, ahn, eu sou sua vizinha aqui do lado, e... desculpa, mas preciso dizer que quando o senhor escarra me incomoda muito. Parece até que está dentro da minha casa.
- Ah é? (Indiferente)
- Sim. O senhor poderia, pelo menos, fazer isso com a janela do banheiro fechada?
- Olha, preciso de ar fresco porque tenho alergia. Não dá não.
- Mas...
- Olha, fia, você passa a noite inteira com música ligada e eu nunca reclamei, mas me incomoda.
- É mesmo? Se eu desligar a música pra sempre o senhor pára de escarrar?
Recebo uma cara amassada e enfastiada. E a porta na cara.

Hipótese 2: falar com o síndico
Eu não faço a menor idéia de quem é o síndico.

Hipótese 3: falar com a mãe do vizinho
A véia já deve estar morta de tanto desgosto.

Hipótese 4: chorar
Ajuda, especialmente se eu chorar mais alto que as escarradas.

Hipótese 5: método O Segredo
Posso colar um cartaz no teto do meu quarto pra, toda vez em que acordar, ver o "quero que meu vizinho morra engasgado com o próprio catarro" escrito. E visualizar a cena com muita fé, várias vezes por dia. Vai que dá certo...

Hipótese 6: usar fones de ouvido
É uma boa, já que não preciso me preocupar em ouvir o telefone ou a campainha - eles nunca tocam mesmo. Acho que vou pôr isso em prática.

Hipótese 7: grunhir e xingar alto ao ouvir os barulhos
Isso já está em prática.


É a maravilhosa vida em sociedade. Um brinde!


       Globo Esporte


* Nota: enquanto escrevia este post, o vizinho escarrou 2 vezes.
After careful consideration and many sleepless nights, here’s what I've decided. There's no such thing as a grown-up. We move on, we move out, we move away from our families and form our own. But the basic insecurities, the basic fears and all those old wounds just grow up with us. (...) We get bigger, we get taller, we get older. But, for the most part, we're still a bunch of kids, running around the playground, trying desperately to fit in.

I've heard that it’s possible to grow up, I've just never met anyone who’s actually done it. Without parents to defy, we break the rules we make for ourselves. We throw tantrums when things don’t go our way. We whisper secrets with our best friend, in the dark. We look for comfort where we can find it. And we hope against all logic, against all experience, like children, we never give up hope.


Não sou muito de fazer citações, mas desde quando ouvi isso tive vontade de postar aqui.

Em uma palavra: é.
Oi, lembram de mim? Digam que siiiiiiim! Haha.

Antes de tudo queria agradecer a vocês por não deixarem o blog morrer. Sempre alguém deixa um comentário pra tentar continuar as coiza, e acho bonito. Sério. Obrigada.

Sumi porque, bem, estou numa corrida maluca. E também porque não tinha mais vontade de escrever. Não tomem como desprestígio, please, foi pura coincidência eu ter fechado o blog pra convidados e parado de escrever ao mesmo tempo. Precisava colocar idéias no lugar, me adaptar melhor, essas coisas... Não tenho uma justificativa única nem muito sólida, mas enfim. Eu sei que vocês vão entender.

E então o post propriamente dito.

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Várias pessoas me pediram fotos do apartamento, e eu prometi que mostraria. Não esqueci. O negócio é que parecia que eu simplesmente ainda não tinha um. Olhava para os cômodos vazios e as paredes peladas e isso não me remetia nada a uma casa. Não à minha casa.

Um cômodo em especial, o que deveria ser o quarto de estudos, me incomodava profundamente. Ele estava cheio de caixas (com coisas que não poderiam ser tiradas de lá por não haver onde colocá-las), poeira e desgosto. Quase não entrava lá, ficava deprimida só de olhar. Em uma época cheguei a deixar a porta fechada pra esquecer que existia (e funcionou! haha). Pra ilustrar - e olha que aí já estava até bonitinho:



E então que há coisa de um mês (creio) comprei uma mesa e uma estante usadas. A estante estava em estado de miséria e precisava ser reformada - a vendedora da loja até deu um sorriso de escárnio quando disse que ia levá-la. Fui na loja de tintas aqui da frente de casa e também comprei tinta e acessórios pra o extreme makeover.

Demorou séculos, nunca dava tempo de avançar muito. Postei a sequência no flickr, inclusive, vocês devem ter visto (pra quem perdeu, 1, 2, 3 e 4). A bichinha ficou bacana e eu duplamente satisfeita: pelo trabalho ter valido a pena e por finalmente poder organizar o bendito cômodo.

Hoje terminei tudo. Nem acredito, há meia hora o quarto de entulhos sofreu metamorfose e se tornou quarto de estudos. O meu. Meuzinho. Ahhhhhhhhhh.




Agora só falta tomar vergonha na cara e estudar mesmo. Heh.

       The Jesus & Mary Chain - Just Like Honey