Sex & the City era mais um dos "não vi e não gostei" da minha lista. E sim, sei que uma lista assim é algo, no mínimo, besta. Mas quem não sente alguma antipatia gratuita na vida?

Então, pra pelo menos ter algum fundamento, há um tempo resolvi ver apenas o piloto da série... e odiei. Achei presunçoso, de pessoas extremamente superficiais, neuróticas e frívolas. Nojinho mesmo. Como poderia haver um séquito de puxa-sacos da tal Carrie & amigas tão imenso? Não fazia o menor sentido. Era por causa das roupas de grife internacional? Não entendi porque ainda estou relativamente longe dos 30? Porque não era possível que todo mundo fosse ou quisesse ser "bem-resolvido" à maneira do programa...

E então lançaram o filme. Mais uma onda de oooooohs e aaaaaaaaaahs em torno e no mundo inteiro, e eu continuava no "como assim, minha gente? é sério?". Resolvi dar outra chance e ver o segundo episódio da primeira temporada. E o terceiro, o quarto, o quinto...

Hoje terminei de assistir à segunda temporada. E não, não me tornei fã de nenhuma das personagens, nem sonho em ter a vida de qualquer uma delas - no máximo me identifico um pouco com a Carrie, sempre escolhendo os caras errados e cheia de medos. O que realmente me chamou a atenção foram os temas dos capítulos. O medo de ficar sozinha (e morrer engasgada por não ter alguém pra fazer a manobra Heimlich, haha), os padrões repetidos em relacionamentos, as neuras, fragilidades... aliás - ironia - o que menos me chama a atenção é a parte essencialmente sexual da série.

Mas é um bom divertimento, sabem? Me faz pensar bastante.

       Derek and the Dominos - Bell Bottom Blues
Meados de 2003, praça Raposo Tavares, Maringá - PR

Me dirigia ao ponto de ônibus quando uma cigana me fez parar. Gorda, roupas espalhafatosas, dentes e dentes de ouro, unhas compridas, cheiro estranho. Queria ler minha mão a todo custo; acabei deixando.

Segundo ela, sou uma pessoa muito boa e muito invejada. Teria que tomar cuidado com amigas que pela frente eram queridas e pelas costas me puxavam o tapete. Tudo o que eu quisesse realizar se tornaria verdade. Dois moços eram apaixonados por mim: um loiro, outro moreno. Eu seria muito feliz, mas teria que enfrentar bastantes obstáculos.

Ofereceu milhares de simpatias e a muito custo consegui dispensá-la.



Junho de 2008, praça Nereu Ramos, Criciúma - SC

Estava pensando na vida, observando as pessoas, quando uma mulher me ofereceu tapetes. Eram horríveis. Chinfrins, com pinturas de cavalos com artrose, Hello Kitty com hidrocefalia, essas coisas. Não quis. Ela baixou o preço. Não quis. Falou pra eu comprar pra parentes, pro cachorro, pro gato. Não, obrigada. Então ela se sentou ao meu lado e quis ler minha mão. Continuei de braços cruzados. Ela falou mesmo assim, com o olhar fixo em mim.

Segundo ela, sou uma pessoa muito boa e muito invejada. Tudo o que eu quisesse realizar se tornaria verdade. Duas moças eram minhas amigas de verdade: uma loira, outra morena. Eu seria muito feliz.
- Você sente dores?
- De vez em quando.
- De quê? Cabeça, estômago, costas?
- Meu estômago incomoda às vezes.
- Ansiedade, né? Você espera muito das coisas e fica mal quando não consegue. Desanimada.
(balancei a cabeça)
- Você tem fé?
- Um pouco. (menti)
- Tem que ter fé blablablablablablabla . Você tem fases com e sem amor, não é?
- Assim como todo mundo.
- Você precisa melhorar a sua fé.

E assim foi. Ofereceu milhares de simpatias, benzeu meu RG (tinha que repetir o que ela dizia) e a muito custo consegui dispensá-la. Não sem antes um

- Posso tirar uma foto da senhora?
- Pra quê?
- Eu gosto de tirar fotos.
- Ah, não (cara desconfiada, um passo pra trás). A gente precisa guardar as coisas aqui (apontou para a cabeça) e aqui (apontou para o coração). E ter fé.
- Tudo bem.

       The Killers - On Top
No final de abril fomos à praia de Araranguá (uma cidade próxima) para fazer uma aula de campo de Psicologia Ambiental. Primeiro tivemos algumas explicações "técnicas" do lugar, como a composição das rochas, os ecossistemas presentes, etc. Depois, aplicamos uma técnica chamada Gamoc. Basicamente consiste em maximizar os 5 sentidos ao explorar algum lugar. E sem falar nada, com ninguém. Só sentir e andar por aí.

O trabalho final da disciplina foi o relato dessa experiência. Poderia ser feito em dupla e da forma como preferisse (power point, dramatização, whatever). Preferi fazer sozinha, pra variar, e em forma de vídeo.
E aí, depois de muito hesitar, quis compartilhá-lo aqui com vocês. É introspectivo e um pouco lento, 11 minutos, mas enfim. Assim sou eu, heh.



Ah, sugiro que assistiam em tela cheia :)

       The Subways - The Sun
Como pude esquecer, meu povo?! Coloquei o link na barra de cima, mas não fiz o post!

fica dica

Citando a senhora Fernanda Silveira, o blog é sobre "Despretensão e diversão. Idéia que surgiu numa tarde chuvosa de sábado... dicas sobre tudo e nada, que podem ou não, tudo bem, servir pra alguma coisa". Um magnânimo projeto do qual orgulhosamente faço parte. Ê!

       Nada Surf - Sea Knows When
hoje andei pra caralho. Levei meu carro pela manhã no médico (os freios não andam bem e tava na hora de trocar a correia dentada) e fiquei zanzando na cidade até dar o horário do meu próximo compromisso, às 13:30.

Cortei o cabelo de novo, diário, mas tá a mesma coisa. Foi só pra manter o corte - embora minha franja tenha ficado bizarramente levantada depois de seca e eu tivesse vergonha de andar na rua, tipassim. E eu meio-que-recebi uma proposta de trabalho, sabia? A moça do salão chicoso sondou os meus horários pra saber se eu poderia me candidatar a ser a recepcionista de lá. Nunca me julguei simpática ao ponto de poder ser recepcionista, ainda mais de salão, mas, né... fiquei contente, mesmo que eu não possa trabalhar.

Então fiz fotos da parte bonita da cidade, diário:
ponto de ônibus ponto de ônibus praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça nereu ramos praça nereu ramos


O dia tava tão bonito e agradável, o vento tão geladinho, que quis andar mais mesmo. Mas não tanto quanto tive que andar no final das contas, porque a duas quadras de casa lembrei que minhas chaves do apartamento tinham ficado no carro. E o carro vai passar a noite na oficina do outro lado da cidade, o que não tinha previsto. Gastei 8 reais de ônibus hoje, diário. E mais uma facada amanhã na manutenção do meu querido carro de cor indefinível azul/verde.

Mas eu gostei muito do meu dia, ok. Beijos.

       Big Star - Thirteen
E então que eu estava andando distraída por aí quando ouvi gritos de socorro. Eram muito angustiados, aterrorizados, finos. A princípio, t(r)emi. Gritos de socorro obviamente nunca são bom sinal. De qualquer forma, resolvi enfrentar o medo e procurar a sua origem.

Até que a achei.

Me leva pra casa! Me leva pra casa! POR FAVOOOOOOOOOR, estamos até em promoção! Socooooooorro! Socooooooorro!


E aí é claro que eu ajudei, né. Pobres copos-de-bolinha indefesos... vocês estão a salvo no meu armário agora.

Não temam mais.

       The Raconteurs - Yellow Sun
How Long Could You Survive Trapped In Your Own Home?
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Em vista dos últimos dias, acho que até poderia ser mais que isso. Bem mais.

Até porque... boas notícias! O vizinho escarrante não tem escarrado mais. Deve ter comprado um bom expectorante ou tomado uma boa dose de Simancol.

Agora ele só assoa o nariz ruidosamente durante o banho.