Sempre que ouvia alguém dizer "agosto é mês do cachorro louco!" eu ficava de certa forma ofendida. Porque é o mês do meu aniversário, porque sempre fui simpática a ele, e sabe-se lá por qual outro motivo. Mas agora, 2008, dou meu braço a torcer 40 voltas e digo de boca cheia: pqp, que mês desgraçado!

Vivi o meu desventuras em série pessoal, e ainda não terminou. Tá foda, galëre. E entre altos e baixos, bons e ruins, vai e não vai, tô por aqui. Firme e forte (sempre que dá).

Entretanto, não tenho mais cabeça pra escrever no blog. Teria milhares de coisas pra contar, milhares de divagações pra compartilhar, mas não tá funcionando. Não agora.

Então deixo o destino do blog nas mãos da maioria popular: vocês preferem que eu feche o blog de vez? Sei o quanto é chato ficar abrindo site que nunca é atualizado...
Outra opção é eu descobrir como põe RSS aqui e vocês se inscreverem para serem avisados das atualizações - aí não precisa ficar voltando aqui. Ou fazer um novo e privado, pra eu chorar as pitangas com propriedade.

Sejam sinceros, sim? :)

Beijas.

       The Cardigans - Hanging Around
Putz, 24 dias sem postar no blog e sem dizer coisa alguma a respeito. Inédito. Mas enfim, não precisam mais chorar de saudades, explico o que houve. Não, não estava na ilha de Lost (/piada batida).

No começo de tudo, minha vida andava tão empolgante quanto um canal de golfe, e, portanto, não tinha nada pra escrever. Ou até havia alguma coisa, mas achava extremamente canal de golfe, então deixei pra lá. Nem era nada ao nível Tiger Woods mesmo.

Depois, viajei pra Curitiba pra ver mãe & parentaiada. Foi rápido, meio na lökä, mas foi bom. Andei tanto por aquela cidade que me rendeu bolhas nos pés e um All Star novo da finalmente visitada Loja Vírus - insira muitos corações aqui. Tudo bem que no mesmo dia achei os mesmos tênis mais baratos em outro lugar, e que o cartão de memória que comprei para a câmera precisava (e ainda precisa) de um adaptador inachável de 10 reais, mas... belezera.

Como viajei, precisei bater ponto no laboratório da minha orientadora (no qual sou/serei vice-coordenadora, já contei?) durante toda a semana. Ela estava viajando e a Unesc de férias, calculem. Vou ilustrar pra tentar deixar a coisa mais emocionante (não entendi por que ficou esse espaço enorme aqui, deve ser pra dar suspense):













oi chegay rsrsrs


vista n°1

vista nº 2


leituras pendentes


tênis novos, muito conforto


& muito movimento

tchau



Ahhh, mas isso não é tudo! Meu estabilizador morreu no final de semana também. Depois de ter comprado um outro que não funcionava, voltado ao mercado pra trocá-lo e não haver mais nenhum, não desisti e fui a outro lugar pra adquirir um fofucho. Níquel o liguei (previamente testado na loja, é claro), o computador parou de funcionar. Fiquei quase 5 dias olhando pra este vazio:



Ah sim, e depois descobri que o computador não funcionava por causa do estabilizador novo. Sabe deos por que não reconhecia o HD ligado a ele. O formatei à toa, basicamente.

Mas oi, tô vivona rsrsrs.

KT Tunstall - Miniature Disasters (claro)
Normalmente todo mundo que quer morar sozinho tem esse desejo porque:
1) não precisa dar satisfação de nada pra ninguém (no máximo pra um síndico e/ou vizinho);
2) você pode arrumar as coisas do seu jeito (home parkour gasta calorias!);
3) a louça pode ficar 4 meses sem ser lavada e ninguém reclama (as baratas até elogiam!).

Quer dizer, você nunca mais passaria por situações assim:

E é verdade, tudo isso é bom e real. Mas pra mim, a parte mais bacana de morar sozinha é aprender coisas.

Vejam bem: nestes 4 meses já instalei torneira, reformei prateleira, consertei vazamento, plantei e consegui manter as pranta, pechinchei, fiz feijão... e eu não sabia absolutamente nada a respeito disso. É bacana, traz uma sensação muito muito boa.

Aliás, essa de pechinchar merece uma extensão. Quando era menor ia com minha mãe às lojas e morria de vergonha quando ela incorporava a turca e não parava de negociar com os vendedores (sem contar quando ela parava pra conversar com os manequins, mas essa é outra história). Cresci, a vergonhinha passou e deu lugar à estupidez pechinchítica. Do tipo: minha mãe inventar que achou o mesmo produto em outra loja por um valor X, menor que o real, e eu dizer "não, mãe, o preço lá era Y, mais alto!". Eu tenho o sério problema de não saber mentir em situação nenhuma, mas... não comentem a estupidez, por favor. Haha.
Cresci ainda mais e não era capaz de pedir desconto. Ou comprava sem dizer nada ou não comprava (pelo menos sempre tive o costume de pesquisar bastante). E agora - orgulho - peço desconto até de 5 centavos na cantina.

Eeentretanto, nem tudo é bonito ao se morar sozinho. Fora descobrir o óbvio de que a casa não é auto-limpante e que bancos realmente têm uma função, há coisas graves. Quero dizer, o que eu mais temia aconteceu de terça pra quarta: passei mal. Fui dormir tarde como sempre e de repente acordei pra quase desmaiar (que fantástico). Vomitei, a pressão baixou horrores, e que fazer? Pra quem ligar? Desesperei, até rezei, fiquei tentando sentir a pulsação, pus as pernas pra cima. E passou.

O que me faz ficar pensando é até que ponto devo esperar pra chamar ajuda. Porque né, chamar o Siate pra logo depois ficar ok e sorridente não é muito bonito (abstraindo a parte vergonhosa, há pessoas que precisam dele mais do que eu). Não tenho amigos íntimos o suficiente pra me socorrerem no meio da madrugada. Os parentes e amigos mais próximos estão a 500 km daqui. Que fazer?

Talvez cuidar da saúde, heh.

       Joy Zipper - Go Tell the World
Eu adoro blogs, adoro ter um (na prática, três). Mas tenho um problema com eles: a obrigatoriedade que vem junto.

Por exemplo, não tenho estado inspirada pra escrever. E aí todo dia penso "putz, tenho que escrever no blog", o que acaba me bloqueando mais ainda. Eu mesma me pressiono pra atualizar aqui, até porque acho chato acompanhar um blog que não tem posts frequentes. Penso nos meus 5,1 leitores, penso mesmo.

Quase toda noite antes de dormir teço um post imaginário. Por uns tempos até mantive uma cadernetinha à mão, mas não adianta. Se eu empaco, empaco mesmo, uma cenoura na frente não vai me fazer andar (haha).

Isso sem contar o fato de que eu demoro pra redigir os textos daqui. Leio, releio, apago, volto, sempre passo uma boa meia hora escrevendo até o mais besta dos posts - por incrível que pareça.

Mas enfim, não abandono totalmente nunca. Talvez seja isso que conte, heh.

       Voxtrot - Future Pt. 1
Como a maioria de vocês deve ter visto, virei pro no Flickr. Sempre quis ser, nunca tinha como. Então, pra honrar minha posição privilegiada lá (haha), resolvi dar uma fuçada nas pastas antigas de fotos pra fazer uma repescagem enquanto não tiro novas.

Tenho a câmera desde 2006 e já foram mais de 11 mil fotos tiradas - pensem quanto tempo passei vendo fotos. E olha, olha, olha, até que chego na sequência tirada em Criciúma, quando vim pra fazer a prova do mestrado.

Naquela ocasião quase não tirei fotos da cidade, estava mais preocupada com as provas e entrevista. Só fotografei mesmo no último dia, quando achei que daria tudo certo e quis mostrar aleatoriamente alguns prédios bonitinhos e moráveis pra minha mãe.

... E qual não foi minha surpresa ao perceber que o primeiro prédio que tinha fotografado é onde moro agora?
26/11/2007


Oi, tô desenvolvendo poderes?

       Nada Surf - If You Leave
Sex & the City era mais um dos "não vi e não gostei" da minha lista. E sim, sei que uma lista assim é algo, no mínimo, besta. Mas quem não sente alguma antipatia gratuita na vida?

Então, pra pelo menos ter algum fundamento, há um tempo resolvi ver apenas o piloto da série... e odiei. Achei presunçoso, de pessoas extremamente superficiais, neuróticas e frívolas. Nojinho mesmo. Como poderia haver um séquito de puxa-sacos da tal Carrie & amigas tão imenso? Não fazia o menor sentido. Era por causa das roupas de grife internacional? Não entendi porque ainda estou relativamente longe dos 30? Porque não era possível que todo mundo fosse ou quisesse ser "bem-resolvido" à maneira do programa...

E então lançaram o filme. Mais uma onda de oooooohs e aaaaaaaaaahs em torno e no mundo inteiro, e eu continuava no "como assim, minha gente? é sério?". Resolvi dar outra chance e ver o segundo episódio da primeira temporada. E o terceiro, o quarto, o quinto...

Hoje terminei de assistir à segunda temporada. E não, não me tornei fã de nenhuma das personagens, nem sonho em ter a vida de qualquer uma delas - no máximo me identifico um pouco com a Carrie, sempre escolhendo os caras errados e cheia de medos. O que realmente me chamou a atenção foram os temas dos capítulos. O medo de ficar sozinha (e morrer engasgada por não ter alguém pra fazer a manobra Heimlich, haha), os padrões repetidos em relacionamentos, as neuras, fragilidades... aliás - ironia - o que menos me chama a atenção é a parte essencialmente sexual da série.

Mas é um bom divertimento, sabem? Me faz pensar bastante.

       Derek and the Dominos - Bell Bottom Blues
Meados de 2003, praça Raposo Tavares, Maringá - PR

Me dirigia ao ponto de ônibus quando uma cigana me fez parar. Gorda, roupas espalhafatosas, dentes e dentes de ouro, unhas compridas, cheiro estranho. Queria ler minha mão a todo custo; acabei deixando.

Segundo ela, sou uma pessoa muito boa e muito invejada. Teria que tomar cuidado com amigas que pela frente eram queridas e pelas costas me puxavam o tapete. Tudo o que eu quisesse realizar se tornaria verdade. Dois moços eram apaixonados por mim: um loiro, outro moreno. Eu seria muito feliz, mas teria que enfrentar bastantes obstáculos.

Ofereceu milhares de simpatias e a muito custo consegui dispensá-la.



Junho de 2008, praça Nereu Ramos, Criciúma - SC

Estava pensando na vida, observando as pessoas, quando uma mulher me ofereceu tapetes. Eram horríveis. Chinfrins, com pinturas de cavalos com artrose, Hello Kitty com hidrocefalia, essas coisas. Não quis. Ela baixou o preço. Não quis. Falou pra eu comprar pra parentes, pro cachorro, pro gato. Não, obrigada. Então ela se sentou ao meu lado e quis ler minha mão. Continuei de braços cruzados. Ela falou mesmo assim, com o olhar fixo em mim.

Segundo ela, sou uma pessoa muito boa e muito invejada. Tudo o que eu quisesse realizar se tornaria verdade. Duas moças eram minhas amigas de verdade: uma loira, outra morena. Eu seria muito feliz.
- Você sente dores?
- De vez em quando.
- De quê? Cabeça, estômago, costas?
- Meu estômago incomoda às vezes.
- Ansiedade, né? Você espera muito das coisas e fica mal quando não consegue. Desanimada.
(balancei a cabeça)
- Você tem fé?
- Um pouco. (menti)
- Tem que ter fé blablablablablablabla . Você tem fases com e sem amor, não é?
- Assim como todo mundo.
- Você precisa melhorar a sua fé.

E assim foi. Ofereceu milhares de simpatias, benzeu meu RG (tinha que repetir o que ela dizia) e a muito custo consegui dispensá-la. Não sem antes um

- Posso tirar uma foto da senhora?
- Pra quê?
- Eu gosto de tirar fotos.
- Ah, não (cara desconfiada, um passo pra trás). A gente precisa guardar as coisas aqui (apontou para a cabeça) e aqui (apontou para o coração). E ter fé.
- Tudo bem.

       The Killers - On Top
No final de abril fomos à praia de Araranguá (uma cidade próxima) para fazer uma aula de campo de Psicologia Ambiental. Primeiro tivemos algumas explicações "técnicas" do lugar, como a composição das rochas, os ecossistemas presentes, etc. Depois, aplicamos uma técnica chamada Gamoc. Basicamente consiste em maximizar os 5 sentidos ao explorar algum lugar. E sem falar nada, com ninguém. Só sentir e andar por aí.

O trabalho final da disciplina foi o relato dessa experiência. Poderia ser feito em dupla e da forma como preferisse (power point, dramatização, whatever). Preferi fazer sozinha, pra variar, e em forma de vídeo.
E aí, depois de muito hesitar, quis compartilhá-lo aqui com vocês. É introspectivo e um pouco lento, 11 minutos, mas enfim. Assim sou eu, heh.



Ah, sugiro que assistiam em tela cheia :)

       The Subways - The Sun
Como pude esquecer, meu povo?! Coloquei o link na barra de cima, mas não fiz o post!

fica dica

Citando a senhora Fernanda Silveira, o blog é sobre "Despretensão e diversão. Idéia que surgiu numa tarde chuvosa de sábado... dicas sobre tudo e nada, que podem ou não, tudo bem, servir pra alguma coisa". Um magnânimo projeto do qual orgulhosamente faço parte. Ê!

       Nada Surf - Sea Knows When
hoje andei pra caralho. Levei meu carro pela manhã no médico (os freios não andam bem e tava na hora de trocar a correia dentada) e fiquei zanzando na cidade até dar o horário do meu próximo compromisso, às 13:30.

Cortei o cabelo de novo, diário, mas tá a mesma coisa. Foi só pra manter o corte - embora minha franja tenha ficado bizarramente levantada depois de seca e eu tivesse vergonha de andar na rua, tipassim. E eu meio-que-recebi uma proposta de trabalho, sabia? A moça do salão chicoso sondou os meus horários pra saber se eu poderia me candidatar a ser a recepcionista de lá. Nunca me julguei simpática ao ponto de poder ser recepcionista, ainda mais de salão, mas, né... fiquei contente, mesmo que eu não possa trabalhar.

Então fiz fotos da parte bonita da cidade, diário:
ponto de ônibus ponto de ônibus praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça do congresso praça nereu ramos praça nereu ramos


O dia tava tão bonito e agradável, o vento tão geladinho, que quis andar mais mesmo. Mas não tanto quanto tive que andar no final das contas, porque a duas quadras de casa lembrei que minhas chaves do apartamento tinham ficado no carro. E o carro vai passar a noite na oficina do outro lado da cidade, o que não tinha previsto. Gastei 8 reais de ônibus hoje, diário. E mais uma facada amanhã na manutenção do meu querido carro de cor indefinível azul/verde.

Mas eu gostei muito do meu dia, ok. Beijos.

       Big Star - Thirteen
E então que eu estava andando distraída por aí quando ouvi gritos de socorro. Eram muito angustiados, aterrorizados, finos. A princípio, t(r)emi. Gritos de socorro obviamente nunca são bom sinal. De qualquer forma, resolvi enfrentar o medo e procurar a sua origem.

Até que a achei.

Me leva pra casa! Me leva pra casa! POR FAVOOOOOOOOOR, estamos até em promoção! Socooooooorro! Socooooooorro!


E aí é claro que eu ajudei, né. Pobres copos-de-bolinha indefesos... vocês estão a salvo no meu armário agora.

Não temam mais.

       The Raconteurs - Yellow Sun
How Long Could You Survive Trapped In Your Own Home?
OnePlusYou Quizzes and Widgets


Em vista dos últimos dias, acho que até poderia ser mais que isso. Bem mais.

Até porque... boas notícias! O vizinho escarrante não tem escarrado mais. Deve ter comprado um bom expectorante ou tomado uma boa dose de Simancol.

Agora ele só assoa o nariz ruidosamente durante o banho.
Vi este meme no blog da Ana G e da Amanda, achei bacana. Ó as regras:

1) o título da primeira página randômica daqui será o nome da sua banda imaginária.

2) as últimas 4 palavras da última frase desta página serão o título do seu disco (ok, eu roubei nessa :B).

3) a terceira foto daqui será a capa.

Então... conheçam o Ridderstad!

äë!


       Garbage - Happy Home
Todos temos hábitos e manias, fato. Eu sempre tomo banho e lavo a louça na mesma ordem. Mas é claro que não vou achar que minha vó vai morrer se eu trocar um braço por uma perna ou um copo por um garfo daquela ordem. Também sempre calço primeiro o pé direito e a primeira coisa que faço ao acordar é ligar o computador. Inofensivo.

Também existem pessoas, por exemplo, que comem de boca aberta - e aí já fica um pouco mais complicado. Você pode fingir que está sem fome ou que está tendo uma convulsão pra fugir das refeições com tão adoráveis companhias. Se não der certo, o negócio é fingir que é um pedreiro(a), enfiar a cara no prato e comer o mais rápido que puder, sem esquecer de cantar um LALALA bem alto na cabeça pra evitar o som pastoso do "nhoc nhoc" à sua frente. Concentra-se bastante pra não desviar o olhar e correr o risco de ver arroz e feijão semimastigados na boca escancarada - com aquele grãozinho grudado no canto da boca balançando ao ritmo dos movimentos maxilares - e fica tudo bem. Você pode viver o resto do dia sem muitos sobressaltos, torcendo pra não virar um adepto de flashbacks de visões do inferno. É meio perigoso, mas se sobrevive.

Então chegamos à categoria mais crítica de hábitos e manias: as de que não podemos fugir.

De sábado para domingo fui dormir bem tarde, fiquei lendo até as 4 e pouco da manhã. Dormia muito contente e quentinha quando acordo às 9:30 com um som. Não, som é demais, fui acordada por bagulho parecido a cachorro engasgado com osso. O troço ecoava pelo meu apartamento, e só depois de alguns segundos entendi o que era: a escarrada matinal do meu vizinho.

Se fosse só uma vez por dia, quiçá 3 vezes, tudo bem. A gente sobrevive ao nojinho e tenta se conformar, como no caso da boca aberta. Mas não. É o tempo inteiro. Praticamente todos os momentos poéticos que vivi aqui foram interrompidos por catarros alheios. Toda vez que os escuto sendo expelidos me contorço e meu estômago revira. E o pior: aliando isso à minha outra mania - a de visualizar tudo - é de foder a vida.

O que fazer?

Hipótese 1: falar com o vizinho
Imagino a coisa assim:

Bato à porta. Uma moça atende.
- Oi, sou a sua vizinha aqui do 96. Gostaria de falar com o responsável pelo escarro da casa.
- Só um momentinho. (Grita para dentro do apartamento) Pai!
Os outros habitantes me encaram. Dou um passo para o lado a fim de sair do campo de visão. Um homem de meia idade, camisa puída e calça amassada me recebe. Sua cara é igualmente amassada.
- Pois não?
- Oi, ahn, eu sou sua vizinha aqui do lado, e... desculpa, mas preciso dizer que quando o senhor escarra me incomoda muito. Parece até que está dentro da minha casa.
- Ah é? (Indiferente)
- Sim. O senhor poderia, pelo menos, fazer isso com a janela do banheiro fechada?
- Olha, preciso de ar fresco porque tenho alergia. Não dá não.
- Mas...
- Olha, fia, você passa a noite inteira com música ligada e eu nunca reclamei, mas me incomoda.
- É mesmo? Se eu desligar a música pra sempre o senhor pára de escarrar?
Recebo uma cara amassada e enfastiada. E a porta na cara.

Hipótese 2: falar com o síndico
Eu não faço a menor idéia de quem é o síndico.

Hipótese 3: falar com a mãe do vizinho
A véia já deve estar morta de tanto desgosto.

Hipótese 4: chorar
Ajuda, especialmente se eu chorar mais alto que as escarradas.

Hipótese 5: método O Segredo
Posso colar um cartaz no teto do meu quarto pra, toda vez em que acordar, ver o "quero que meu vizinho morra engasgado com o próprio catarro" escrito. E visualizar a cena com muita fé, várias vezes por dia. Vai que dá certo...

Hipótese 6: usar fones de ouvido
É uma boa, já que não preciso me preocupar em ouvir o telefone ou a campainha - eles nunca tocam mesmo. Acho que vou pôr isso em prática.

Hipótese 7: grunhir e xingar alto ao ouvir os barulhos
Isso já está em prática.


É a maravilhosa vida em sociedade. Um brinde!


       Globo Esporte


* Nota: enquanto escrevia este post, o vizinho escarrou 2 vezes.
After careful consideration and many sleepless nights, here’s what I've decided. There's no such thing as a grown-up. We move on, we move out, we move away from our families and form our own. But the basic insecurities, the basic fears and all those old wounds just grow up with us. (...) We get bigger, we get taller, we get older. But, for the most part, we're still a bunch of kids, running around the playground, trying desperately to fit in.

I've heard that it’s possible to grow up, I've just never met anyone who’s actually done it. Without parents to defy, we break the rules we make for ourselves. We throw tantrums when things don’t go our way. We whisper secrets with our best friend, in the dark. We look for comfort where we can find it. And we hope against all logic, against all experience, like children, we never give up hope.


Não sou muito de fazer citações, mas desde quando ouvi isso tive vontade de postar aqui.

Em uma palavra: é.
Oi, lembram de mim? Digam que siiiiiiim! Haha.

Antes de tudo queria agradecer a vocês por não deixarem o blog morrer. Sempre alguém deixa um comentário pra tentar continuar as coiza, e acho bonito. Sério. Obrigada.

Sumi porque, bem, estou numa corrida maluca. E também porque não tinha mais vontade de escrever. Não tomem como desprestígio, please, foi pura coincidência eu ter fechado o blog pra convidados e parado de escrever ao mesmo tempo. Precisava colocar idéias no lugar, me adaptar melhor, essas coisas... Não tenho uma justificativa única nem muito sólida, mas enfim. Eu sei que vocês vão entender.

E então o post propriamente dito.

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Várias pessoas me pediram fotos do apartamento, e eu prometi que mostraria. Não esqueci. O negócio é que parecia que eu simplesmente ainda não tinha um. Olhava para os cômodos vazios e as paredes peladas e isso não me remetia nada a uma casa. Não à minha casa.

Um cômodo em especial, o que deveria ser o quarto de estudos, me incomodava profundamente. Ele estava cheio de caixas (com coisas que não poderiam ser tiradas de lá por não haver onde colocá-las), poeira e desgosto. Quase não entrava lá, ficava deprimida só de olhar. Em uma época cheguei a deixar a porta fechada pra esquecer que existia (e funcionou! haha). Pra ilustrar - e olha que aí já estava até bonitinho:



E então que há coisa de um mês (creio) comprei uma mesa e uma estante usadas. A estante estava em estado de miséria e precisava ser reformada - a vendedora da loja até deu um sorriso de escárnio quando disse que ia levá-la. Fui na loja de tintas aqui da frente de casa e também comprei tinta e acessórios pra o extreme makeover.

Demorou séculos, nunca dava tempo de avançar muito. Postei a sequência no flickr, inclusive, vocês devem ter visto (pra quem perdeu, 1, 2, 3 e 4). A bichinha ficou bacana e eu duplamente satisfeita: pelo trabalho ter valido a pena e por finalmente poder organizar o bendito cômodo.

Hoje terminei tudo. Nem acredito, há meia hora o quarto de entulhos sofreu metamorfose e se tornou quarto de estudos. O meu. Meuzinho. Ahhhhhhhhhh.




Agora só falta tomar vergonha na cara e estudar mesmo. Heh.

       The Jesus & Mary Chain - Just Like Honey
Então que o professor de Sociedade, Meio Ambiente e Desenvolvimento pediu que chegássemos 15 minutos mais cedo na aula de sexta-feira pra andarmos "uns 2 ou 3 quilômetros até um lugar bem legal". Ou seja, às 7:45 da manhã. A pé. Calculem a alegria da pessoa aqui.

Cheguei pontualmente, mas acabamos saindo atrasados (imaginável) e em carros. Alegria. Fomos até uma chácara meio hippie-mística chamada Oikos. Bem bonita, tivemos aula a manhã inteira por lá (site e fotos do lugar) deitados em colchonetes e ouvindo patos.

< content supressed >

Eu definitivamente não sou o tipo de pessoa que manda outra ir se foder. Ainda mais um semiconhecido. Quando é com conhecidos, o xingado até dá risada se você o chama de corno ou viado. Neste caso não. E me deu dor de consciência.

Mas sabe que é uma sensação boa? Xingar pessoas na face é interessante.

       Kubichek! - Nightjoy
A questão é: quais são as 8 coisas que eu gostaria de fazer antes de morrer?
Nada muito original ou fantástico. Vejam só.

1. voltar pra Monterrey
Isto até poderia entrar no nº 4, mas é algo tão específico que resolvi reservar um tópico só pra ele. Monterrey é onde morei por 4 anos e uma cidade que me marcou absurdamente. Quero voltar pra lá, ver o centro antigo, os lugares onde vivi e que provavelmente não existem mais. Percorrer as ruas estreitas com fones de ouvido e mãos nos bolsos, de preferência com frio, muito frio. E aí dar a questão como encerrada e voltar pra casa.

2. contribuição profissional
Quero fazer algo bom no âmbito profissional, realmente bom. Que mude alguma coisa, mesmo que seja pequena. Que melhore. E que eu seja reconhecida por isso. Sem bajulações ou serpentinas, porque isso é detestável. É só de um parabéns sincero e merecido que preciso.

3. ser DJ por algumas noites
Ser DJ por algumas noites em algum lugar bacana. Ponto.

4. viajar & fotografar
Acompanhada ou não, com grana sobrando ou não, eu quero viajar por aí. Pra qualquer lugar interessante. E com minha câmera na bolsa, óbvio.

5. cuidar de bichos
Esse é um devaneio bem antigo: quando estiver perto de me aposentar e com um pé-de-meia razoável, quero ter um lugar bonito e organizado pra cuidar de bichos. Esses que ninguém quer, que são feios/aleijados/doentes, que são maltratados e não têm pra onde ir, sabem? Eu quero. E cuido.

6. amor & filhos
Clichê absoluto. Encontrar um cara legal, casar/juntar, ter um ou dois rebentos bem educados. E eu penso em casar de noiva, por mais antiquado que isso seja. Sem viadices de babados e bordados, é claro, mas com um vestido bonito, branco... e de noiva. Mas sem padres ou igrejas, pelamor!

7. gostar mais de mim
Eu gosto de mim, não me entenda mal. Mas pra gostar mais ainda, pra ser bão, preciso mudar algumas coisas. Especialmente no "aparente". Algum traquejo social também seria bem-vindo. Ser meio autista não me incomoda em nada, mas não é muito simpático com os outros que me importam.

8. acervos particulares
Discos, livros, filmes, o que seja. Contanto que sejam meus, que signifiquem. E que estejam guardados em um lugar apropriado, claro.

       Supergrass - Time
Sempre me contam que desde muito pequena eu tinha uma ligação com bichos e plantas. Da turminha da pré-escola era eu quem cuidava dos casulos das borboletas, observava formigas, pegava cobras-cegas pra mostrar pros coleguinhas e causar faniquitos na professora, etc. E também adorava plantar feijão no algodão. Adorava mesmo. Até crescida eu gostava de fazer isso - mesmo jogando fora o pobre pé depois.

Como vocês sabem, anos depois me tornei bióloga. E eu odiava as aulas de botânica, tanto do colégio quanto da universidade. Achava um saco, não entendia nada, tive professores que não facilitaram nada. Minhas habilidades jardineiras evoluíram 0%: um feijão no algodão era o máximo que eu conseguia.

Vejam bem. Tentei plantar tulipas: não vingaram. Tentei plantar girassóis: nasceram raquíticos e viraram comida de formiga. Tentei manter um cacto: morreu afogado. Nada, nada dava certo. Com isso, era minha mãe quem cuidava das (muitas) plantas da casa de Maringá. O máximo que eu podia/conseguia fazer era regá-las na ausência de momis - e mesmo assim o sorriso delas parecia mais verde na presença da minha querida progenitora. Mal agradecidas. Hunf.

Mas como sou teimosa e a esperança é a última que morre (haja vista minha extensa lista de matanças botânicas, deve ser a última a morrer mesmo), resolvi tentar mais uma vez. Incorporei meu espírito de tiazona cultivadora e comprei sementes pra minha hortinha. Haha! Sim, hortinha.
coentro, hortelã, cebolinha, florzinhas


Me equipei de duas jardineiras, terra adubada, argila expandida, paciência. Fiz uma sujeira sem precedentes na sacada (also known as furei o saco de terra sem querer e não vi - hello, dorks!), plantei tudo. Já reguei duas vezes. Mas ainda não conversei com elas, tô meio tímida. Vai que sou toda simpática e as mato no dia seguinte, né?

Desejem-me sorte.


Pensando bem... acho que é melhor desejar sorte para as pobrezinhas.

       Elastica - Line Up
O que você faz numa sexta-feira à noite? Lê um livro? Sai pra balada? Vai na buátchy? Enche a cara em casa? Vê filme? Dorme?

Eu faço coisas assim às vezes:

say hello to my little friend


Heh.

Pra quem não entendeu ou não cansa de ver, a origem:


Blur - Coffee & TV


(é claro que eu não desenhei a caixinha, peguei o modelo na internet. heh.)


UPDATE: pra quem também quiser fazer, basta entrar aqui, baixar o modelo, imprimir, etc. basta ter um pouquinho de paciência, enfim :)

       The Killers - Shadowplay