Vi este meme no blog da Ana G e da Amanda, achei bacana. Ó as regras:

1) o título da primeira página randômica daqui será o nome da sua banda imaginária.

2) as últimas 4 palavras da última frase desta página serão o título do seu disco (ok, eu roubei nessa :B).

3) a terceira foto daqui será a capa.

Então... conheçam o Ridderstad!

äë!


       Garbage - Happy Home
Todos temos hábitos e manias, fato. Eu sempre tomo banho e lavo a louça na mesma ordem. Mas é claro que não vou achar que minha vó vai morrer se eu trocar um braço por uma perna ou um copo por um garfo daquela ordem. Também sempre calço primeiro o pé direito e a primeira coisa que faço ao acordar é ligar o computador. Inofensivo.

Também existem pessoas, por exemplo, que comem de boca aberta - e aí já fica um pouco mais complicado. Você pode fingir que está sem fome ou que está tendo uma convulsão pra fugir das refeições com tão adoráveis companhias. Se não der certo, o negócio é fingir que é um pedreiro(a), enfiar a cara no prato e comer o mais rápido que puder, sem esquecer de cantar um LALALA bem alto na cabeça pra evitar o som pastoso do "nhoc nhoc" à sua frente. Concentra-se bastante pra não desviar o olhar e correr o risco de ver arroz e feijão semimastigados na boca escancarada - com aquele grãozinho grudado no canto da boca balançando ao ritmo dos movimentos maxilares - e fica tudo bem. Você pode viver o resto do dia sem muitos sobressaltos, torcendo pra não virar um adepto de flashbacks de visões do inferno. É meio perigoso, mas se sobrevive.

Então chegamos à categoria mais crítica de hábitos e manias: as de que não podemos fugir.

De sábado para domingo fui dormir bem tarde, fiquei lendo até as 4 e pouco da manhã. Dormia muito contente e quentinha quando acordo às 9:30 com um som. Não, som é demais, fui acordada por bagulho parecido a cachorro engasgado com osso. O troço ecoava pelo meu apartamento, e só depois de alguns segundos entendi o que era: a escarrada matinal do meu vizinho.

Se fosse só uma vez por dia, quiçá 3 vezes, tudo bem. A gente sobrevive ao nojinho e tenta se conformar, como no caso da boca aberta. Mas não. É o tempo inteiro. Praticamente todos os momentos poéticos que vivi aqui foram interrompidos por catarros alheios. Toda vez que os escuto sendo expelidos me contorço e meu estômago revira. E o pior: aliando isso à minha outra mania - a de visualizar tudo - é de foder a vida.

O que fazer?

Hipótese 1: falar com o vizinho
Imagino a coisa assim:

Bato à porta. Uma moça atende.
- Oi, sou a sua vizinha aqui do 96. Gostaria de falar com o responsável pelo escarro da casa.
- Só um momentinho. (Grita para dentro do apartamento) Pai!
Os outros habitantes me encaram. Dou um passo para o lado a fim de sair do campo de visão. Um homem de meia idade, camisa puída e calça amassada me recebe. Sua cara é igualmente amassada.
- Pois não?
- Oi, ahn, eu sou sua vizinha aqui do lado, e... desculpa, mas preciso dizer que quando o senhor escarra me incomoda muito. Parece até que está dentro da minha casa.
- Ah é? (Indiferente)
- Sim. O senhor poderia, pelo menos, fazer isso com a janela do banheiro fechada?
- Olha, preciso de ar fresco porque tenho alergia. Não dá não.
- Mas...
- Olha, fia, você passa a noite inteira com música ligada e eu nunca reclamei, mas me incomoda.
- É mesmo? Se eu desligar a música pra sempre o senhor pára de escarrar?
Recebo uma cara amassada e enfastiada. E a porta na cara.

Hipótese 2: falar com o síndico
Eu não faço a menor idéia de quem é o síndico.

Hipótese 3: falar com a mãe do vizinho
A véia já deve estar morta de tanto desgosto.

Hipótese 4: chorar
Ajuda, especialmente se eu chorar mais alto que as escarradas.

Hipótese 5: método O Segredo
Posso colar um cartaz no teto do meu quarto pra, toda vez em que acordar, ver o "quero que meu vizinho morra engasgado com o próprio catarro" escrito. E visualizar a cena com muita fé, várias vezes por dia. Vai que dá certo...

Hipótese 6: usar fones de ouvido
É uma boa, já que não preciso me preocupar em ouvir o telefone ou a campainha - eles nunca tocam mesmo. Acho que vou pôr isso em prática.

Hipótese 7: grunhir e xingar alto ao ouvir os barulhos
Isso já está em prática.


É a maravilhosa vida em sociedade. Um brinde!


       Globo Esporte


* Nota: enquanto escrevia este post, o vizinho escarrou 2 vezes.
After careful consideration and many sleepless nights, here’s what I've decided. There's no such thing as a grown-up. We move on, we move out, we move away from our families and form our own. But the basic insecurities, the basic fears and all those old wounds just grow up with us. (...) We get bigger, we get taller, we get older. But, for the most part, we're still a bunch of kids, running around the playground, trying desperately to fit in.

I've heard that it’s possible to grow up, I've just never met anyone who’s actually done it. Without parents to defy, we break the rules we make for ourselves. We throw tantrums when things don’t go our way. We whisper secrets with our best friend, in the dark. We look for comfort where we can find it. And we hope against all logic, against all experience, like children, we never give up hope.


Não sou muito de fazer citações, mas desde quando ouvi isso tive vontade de postar aqui.

Em uma palavra: é.
Oi, lembram de mim? Digam que siiiiiiim! Haha.

Antes de tudo queria agradecer a vocês por não deixarem o blog morrer. Sempre alguém deixa um comentário pra tentar continuar as coiza, e acho bonito. Sério. Obrigada.

Sumi porque, bem, estou numa corrida maluca. E também porque não tinha mais vontade de escrever. Não tomem como desprestígio, please, foi pura coincidência eu ter fechado o blog pra convidados e parado de escrever ao mesmo tempo. Precisava colocar idéias no lugar, me adaptar melhor, essas coisas... Não tenho uma justificativa única nem muito sólida, mas enfim. Eu sei que vocês vão entender.

E então o post propriamente dito.

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Várias pessoas me pediram fotos do apartamento, e eu prometi que mostraria. Não esqueci. O negócio é que parecia que eu simplesmente ainda não tinha um. Olhava para os cômodos vazios e as paredes peladas e isso não me remetia nada a uma casa. Não à minha casa.

Um cômodo em especial, o que deveria ser o quarto de estudos, me incomodava profundamente. Ele estava cheio de caixas (com coisas que não poderiam ser tiradas de lá por não haver onde colocá-las), poeira e desgosto. Quase não entrava lá, ficava deprimida só de olhar. Em uma época cheguei a deixar a porta fechada pra esquecer que existia (e funcionou! haha). Pra ilustrar - e olha que aí já estava até bonitinho:



E então que há coisa de um mês (creio) comprei uma mesa e uma estante usadas. A estante estava em estado de miséria e precisava ser reformada - a vendedora da loja até deu um sorriso de escárnio quando disse que ia levá-la. Fui na loja de tintas aqui da frente de casa e também comprei tinta e acessórios pra o extreme makeover.

Demorou séculos, nunca dava tempo de avançar muito. Postei a sequência no flickr, inclusive, vocês devem ter visto (pra quem perdeu, 1, 2, 3 e 4). A bichinha ficou bacana e eu duplamente satisfeita: pelo trabalho ter valido a pena e por finalmente poder organizar o bendito cômodo.

Hoje terminei tudo. Nem acredito, há meia hora o quarto de entulhos sofreu metamorfose e se tornou quarto de estudos. O meu. Meuzinho. Ahhhhhhhhhh.




Agora só falta tomar vergonha na cara e estudar mesmo. Heh.

       The Jesus & Mary Chain - Just Like Honey
Então que o professor de Sociedade, Meio Ambiente e Desenvolvimento pediu que chegássemos 15 minutos mais cedo na aula de sexta-feira pra andarmos "uns 2 ou 3 quilômetros até um lugar bem legal". Ou seja, às 7:45 da manhã. A pé. Calculem a alegria da pessoa aqui.

Cheguei pontualmente, mas acabamos saindo atrasados (imaginável) e em carros. Alegria. Fomos até uma chácara meio hippie-mística chamada Oikos. Bem bonita, tivemos aula a manhã inteira por lá (site e fotos do lugar) deitados em colchonetes e ouvindo patos.

< content supressed >

Eu definitivamente não sou o tipo de pessoa que manda outra ir se foder. Ainda mais um semiconhecido. Quando é com conhecidos, o xingado até dá risada se você o chama de corno ou viado. Neste caso não. E me deu dor de consciência.

Mas sabe que é uma sensação boa? Xingar pessoas na face é interessante.

       Kubichek! - Nightjoy
A questão é: quais são as 8 coisas que eu gostaria de fazer antes de morrer?
Nada muito original ou fantástico. Vejam só.

1. voltar pra Monterrey
Isto até poderia entrar no nº 4, mas é algo tão específico que resolvi reservar um tópico só pra ele. Monterrey é onde morei por 4 anos e uma cidade que me marcou absurdamente. Quero voltar pra lá, ver o centro antigo, os lugares onde vivi e que provavelmente não existem mais. Percorrer as ruas estreitas com fones de ouvido e mãos nos bolsos, de preferência com frio, muito frio. E aí dar a questão como encerrada e voltar pra casa.

2. contribuição profissional
Quero fazer algo bom no âmbito profissional, realmente bom. Que mude alguma coisa, mesmo que seja pequena. Que melhore. E que eu seja reconhecida por isso. Sem bajulações ou serpentinas, porque isso é detestável. É só de um parabéns sincero e merecido que preciso.

3. ser DJ por algumas noites
Ser DJ por algumas noites em algum lugar bacana. Ponto.

4. viajar & fotografar
Acompanhada ou não, com grana sobrando ou não, eu quero viajar por aí. Pra qualquer lugar interessante. E com minha câmera na bolsa, óbvio.

5. cuidar de bichos
Esse é um devaneio bem antigo: quando estiver perto de me aposentar e com um pé-de-meia razoável, quero ter um lugar bonito e organizado pra cuidar de bichos. Esses que ninguém quer, que são feios/aleijados/doentes, que são maltratados e não têm pra onde ir, sabem? Eu quero. E cuido.

6. amor & filhos
Clichê absoluto. Encontrar um cara legal, casar/juntar, ter um ou dois rebentos bem educados. E eu penso em casar de noiva, por mais antiquado que isso seja. Sem viadices de babados e bordados, é claro, mas com um vestido bonito, branco... e de noiva. Mas sem padres ou igrejas, pelamor!

7. gostar mais de mim
Eu gosto de mim, não me entenda mal. Mas pra gostar mais ainda, pra ser bão, preciso mudar algumas coisas. Especialmente no "aparente". Algum traquejo social também seria bem-vindo. Ser meio autista não me incomoda em nada, mas não é muito simpático com os outros que me importam.

8. acervos particulares
Discos, livros, filmes, o que seja. Contanto que sejam meus, que signifiquem. E que estejam guardados em um lugar apropriado, claro.

       Supergrass - Time
Sempre me contam que desde muito pequena eu tinha uma ligação com bichos e plantas. Da turminha da pré-escola era eu quem cuidava dos casulos das borboletas, observava formigas, pegava cobras-cegas pra mostrar pros coleguinhas e causar faniquitos na professora, etc. E também adorava plantar feijão no algodão. Adorava mesmo. Até crescida eu gostava de fazer isso - mesmo jogando fora o pobre pé depois.

Como vocês sabem, anos depois me tornei bióloga. E eu odiava as aulas de botânica, tanto do colégio quanto da universidade. Achava um saco, não entendia nada, tive professores que não facilitaram nada. Minhas habilidades jardineiras evoluíram 0%: um feijão no algodão era o máximo que eu conseguia.

Vejam bem. Tentei plantar tulipas: não vingaram. Tentei plantar girassóis: nasceram raquíticos e viraram comida de formiga. Tentei manter um cacto: morreu afogado. Nada, nada dava certo. Com isso, era minha mãe quem cuidava das (muitas) plantas da casa de Maringá. O máximo que eu podia/conseguia fazer era regá-las na ausência de momis - e mesmo assim o sorriso delas parecia mais verde na presença da minha querida progenitora. Mal agradecidas. Hunf.

Mas como sou teimosa e a esperança é a última que morre (haja vista minha extensa lista de matanças botânicas, deve ser a última a morrer mesmo), resolvi tentar mais uma vez. Incorporei meu espírito de tiazona cultivadora e comprei sementes pra minha hortinha. Haha! Sim, hortinha.
coentro, hortelã, cebolinha, florzinhas


Me equipei de duas jardineiras, terra adubada, argila expandida, paciência. Fiz uma sujeira sem precedentes na sacada (also known as furei o saco de terra sem querer e não vi - hello, dorks!), plantei tudo. Já reguei duas vezes. Mas ainda não conversei com elas, tô meio tímida. Vai que sou toda simpática e as mato no dia seguinte, né?

Desejem-me sorte.


Pensando bem... acho que é melhor desejar sorte para as pobrezinhas.

       Elastica - Line Up
O que você faz numa sexta-feira à noite? Lê um livro? Sai pra balada? Vai na buátchy? Enche a cara em casa? Vê filme? Dorme?

Eu faço coisas assim às vezes:

say hello to my little friend


Heh.

Pra quem não entendeu ou não cansa de ver, a origem:


Blur - Coffee & TV


(é claro que eu não desenhei a caixinha, peguei o modelo na internet. heh.)


UPDATE: pra quem também quiser fazer, basta entrar aqui, baixar o modelo, imprimir, etc. basta ter um pouquinho de paciência, enfim :)

       The Killers - Shadowplay
Tô pra postar isto aqui há milênios.

Gastem 2 minutinhos assistindo à reportagem antes de ler o post, por favor:



Essa matéria passou no Jornal do Almoço da versão estadual e regional (ou seja, tiveram o extremo bom senso de passá-la duas vezes num intervalo de 20 minutos). Mas esse não é o ponto. Quero destacar a reação das apresentadoras depois de verem a reportagem.

Florianópolis
As duas moças superproduzidas fizeram beicinho, cruzaram os braços em pensamento, franziram o cenho. Do alto de toda a sua indignação burguesa disseram um "que absurdo" sem muita emoção, balançando levemente a cabeça. Depois de um segundo voltaram a sorrir para a próxima reportagem - uma feliz, pra não espantar a freguesia.

Criciúma
A apresentadora olhou com sangue no olho para a câmera por meio segundo.
E proferiu, em alto e bom som: "isso, agora chora".

Heh.

Criciúma é tr00, minha gente.
Olá, eu sou a Joyde. Se lembram de mim? Heh.

Desculpem a ausência, estive ocupada vivendo um pouco. Não, não quero soar esnobe. Quero soar satisfeita. O fato de não ter ficado muito grudada no computador nos últimos dias me deixou contente, apesar do distanciamento. Mas eu sempre volto, beibes.

O que aconteceu nesta semana foi uma pancada de desimportâncias pra vocês, mas que pra mim valeram muito. Praticamente uma ego week. Tipo ser elogiada pelo dono de um estacionamento ("ela pode não saber a placa do carro, mas tem um ótimo golpe de vista pra estacionar"), ouvir da cabeleireira que minhas sobrancelhas são lindas e sair de lá com um novo corte de cabelo que ficou bacana. Ou então receber elogios dos professores e colegas do mestrado pelas minhas apresentações de seminário. Ou, ainda, finalmente poder comprar um edredon com estampa de bolinhas que eu namorava havia séculos.

Se eu lesse isso em algum outro blog diria "bah". Podem dizer também. Sei que isso só significa algo pra mim (especialmente porque a semana anterior foi a loser week). Então, em coro: BAH!.

Aliviados? Continuemos então.

O negócio é que, além de tudo isso que contei, estou apaixonada. Perdidamente apaixonada. Pelo mestrado, é claro, porque estou focando no profissional since 1947. Voltei a sentir um prazer imenso em estudar, e isso não é nem um pouco digno de um bah!. Diria que está mais para um ê!. Né não?

Apesar do cansaço, da grande quantidade de coisas pra fazer, da gripe que me derrubou no começo da semana, faço tudo de boa vontade. Me encanto pelas teorias que aprendo (e a bola da vez é a teoria do pensamento sistêmico), penso a respeito delas e me identifico. Pra mim, descobrir autores que traduzem o que penso e sinto é simplesmente fantástico, me faz muito feliz (é sério!). Entro em sublime mode e permaneço ali por um bom tempo por conta dessas coisas.

Tenho me sentido mais leve, perceptiva e receptiva. E a cada vez em que encosto a cabeça no travesseiro e faço uma retrospectiva do dia, penso que fiz a escolha certa.

Que vale a pena.

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Mas eu não vivo no reino encantado e estou em crise com o blog. Ao visitar outros aleatoriamente achei o meu sem conteúdo algum. Diarinho. Recheado de coisas inúteis, que não adicionam nada na vida de ninguém, sem graça.

Nunca quis ter milhões de visitantes (sempre tem pelo menos um babaca no meio deles) ou ser convidada da Marimoon pra falar sobre blogs na MTV (eca). Mas sempre quis fazer algo com um mínimo de relevância.

Fecho ou não fecho o blog só para convidados pra ter mais liberdade de expressão (tipo falar mal da roupa da fulana - HAHA BRINK'S)? Continuo assim ou falo de física subatômica? Chamo o cara lá embaixo que tá buzinando sem parar de corno ou não?

Eis a questão.

       The Smiths - Stop Me If You Think You've Heard This
As Ciências Biológicas, em especial a Ecologia, têm o costume de realizar bastantes aulas de campo. Eu adorava. Por causa delas conheci lugares em três estados diferentes - inclusive Criciúma! E lugares maravilhosos, como o rio Paraná, o interior da Serra da Graciosa e a Serra do Rio do Rastro. Mas achava que com o final do curso não teria mais isso.

Me enganei. Como contei a vocês ontem tive mais uma: Criciúma - Morro dos Conventos - Serra da Rocinha. Não esperava grande coisa, ainda mais porque estava previsto chuva com friozinho - chuva é sinônimo de lama e friozinho molhado de gripe.

Outro engano. A pequena viagem foi ótima. Por quê? Julgue por si mesmo:

aula de campo #28 aula de campo #27 aula de campo #26 aula de campo #25 aula de campo #24 aula de campo #23 aula de campo #22 aula de campo #21 aula de campo #20 aula de campo #19 aula de campo #18 aula de campo #17 aula de campo #16 aula de campo #15 aula de campo #14 aula de campo #13 aula de campo #12 aula de campo #11 aula de campo #10 aula de campo #9 aula de campo #8 aula de campo #7 aula de campo #6 aula de campo #5 aula de campo #4 aula de campo #2 aula de campo #1


E, acreditem, as fotos não fazem jus a nada do que foi fotografado.

O Morro dos Conventos (fotos de 4 a 8, no final) é de uma grandiosidade incrível. Subir no mirante e imaginar que aquele pedaço já esteve grudado na África? Puxa.

A estufa de bromélias, que pertence ao nosso professor, é linda. Deu vontade de enfiar um monte delas na mochila e sair correndo.

Mas o que me pegou foi o caminho na Serra. Putz! Andar de microônibus, na chuva, numa estrada em que praticamente não cabem dois carros lado a lado, beirando um abismo coberto de névoa (beirando mesmo, não é exagero), verde verde verde, sem gente em lugar nenhum... Quis ficar lá pra sempre, hahah.

Para o almoço (às 14:30) paramos numa pousada no pico da Serra - São José dos Ausentes, se não me engano. São as três primeiras fotos que aparecem aí. Comemos truta ao lado do Walmor Chagas, que fazia sua refeição com membros da equipe de filmagem do seu novo filme. Ele perguntou pra um colega meu de onde éramos, se fazíamos parte de alguma ONG, etc. E todo mundo se remoeu pra ir lá pedir um autógrafo... ninguém teve coragem, é claro. Só ficamos cochichando e vendo o serviço que a manicure fazia no moço, enquanto o motorista bradava nem-ligo-ok-ele-é-só-mais-um, indignado.

Aliás, essa pousada já recebeu outros artistas. Lembram da Casa das Sete Mulheres? Lá foi uma das locações; o povo se hospedou por três meses naqueles chalés. Três meses. Também quero.

A viagem foi cansativa ao extremo porque o motorista não podia andar rápido. Cansativa pelos solavancos, por ter acordado às 6 da manhã (e dormido às 2), por ficar andando de lá pra cá, pelo cagaço na serra... mas, putz. Entrou para a história. Com certeza.

       Stereophonics - Summertime (acoustic)
Queridos, tenho várias coisas pra compartilhar com vocês. Tenho mesmo. O que não tenho é tempo. Passei as horas-em-que-estive-acordada praticamente inteiras na UNESC nos últimos dias. Ou seja, basicamente acordo, preparo almoço, me arrumo e volto lá pelas 23h pra casa. E amanhã terei aula de campo das 7:30 da matina até as 6 da tarde. É.

Mas, sabe, eu posso resumir uma grande novidade que tive hoje em apenas uma linha:

EU CONSEGUI A FUCKIN' BOLSA DE ESTUDOS!


Obrigada, CAPES/PROSUP. Te amo desde criancinha.
São 1:38 da manhã.

Fiquei até agora há pouco tentando organizar o texto mais confuso e chato da galáxia enquanto ouvia Audioslave. Aliás, faz mais de uma hora que não troco de banda.

Não há ninguém lá fora. Os semáforos estão amarelos e intermitentes, todos os que posso ver daqui. Uma brisa gelada entra de vez em quando pra me alegrar.
Começou a tocar a Getaway Car. Get yourself a car and drive it all alone / Get yourself a car and ride it on the wind yeah, aquela voz linda do Chris Cornell me embalando... e - talvez pela primeira vez - contrariei a música e quis continuar aqui. Sentada na minha cadeira absolutamente desconfortável do meu apartamento que precisa logo de uma faxina.

Percebem? Os meus lentamente se tornam sinônimo de bons. De lar.

Dormirei tranquila e confortável no meu colchão-gelatina hoje.
Jents! Preciso compartilhar isso.

Ouçam até o final e com um volume razoável, por favor:

Isso é o barulho que o vento de tempestade faz aqui no prédio. E o detalhe é que as portas e janelas estão todas fechadas. Ui!
A minha idéia era de só voltar aqui quando tivesse algo interessante pra contar. Uma semana se passou desde o último post... e nada aconteceu.

Só tenho insignificâncias. Por exemplo, odeio a cortina do box - ela fica voando e grudando em mim. Fiz um sukiyaki muito bom esses dias - não sei se é assim que escreve. O apartamento suja demais - a eterna poeira preta criciumense. Quando fui à Unesc dias atrás vi um Uno inserido num dos bares em frente - derrubou uma coluna, dizimou uma parede e ficou entalado.

Passo os dias vendo filmes, comendo e olhando o movimento pela sacada. As luzes acendendo e apagando nos outros prédios, as pessoas saindo cheias de sacolas do supermercado ao lado, buzinas o tempo todo, sacadas alheias desertas. A conta bancária negativa.

Queria contar o quanto está sendo gloriosa minha vida de sozinha, mas ela continua extremamente ordinária. Talvez a única novidade seja que nada pára no meu estômago. Almocei 3/4 de pêra e suco de laranja, e mesmo assim estou enjoada.

Ah, la dolce vita.
Sabe ódio gratuito? Já tive por várias pessoas, tipo a Cameron Diaz (sabe-se lá por quê) e a Britney Spears. Não tenho mais antipatia por elas, mas agora tenho um novo eleito: chama-se Cacau Menezes. Ele apresenta uma parte do Jornal do Almoço daqui e é muito, mas muito, blé. Vejam por si mesmos:



E pelo visto não sou só eu que acha isso...
Creio que um dos sentimentos mais recorrentes na minha vida seja o de inadequação, especialmente nos anos de Maringá. Milhares de vezes já me peguei cantarolando but I'm a creeeep, I'm a weirdoooooo, what the hell am I doing here? I don't belong heeere. Em lugares ou reuniões, tanto fazia. Super democrático.

Mas a minha casa sempre era a minha casa, meu lar. Voltar para ela sempre foi reconfortante e me fazia respirar melhor (às vezes literalmente), por mais difíceis que as coisas estivessem.

Aqui é diferente. Obviamente sou uma outsider na cidade e é natural que me sinta deslocada, porque, bem, eu estou deslocada. Não conheço nada e quase ninguém. Não há nada de estranho nisso. O diferente é que meu apartamento ainda não se tornou meu lar.

Um dos pilares da Psicologia Ambiental é um troço que se chama "apropriação do espaço" (para espaço leia-se qualquer lugar, de uma praça à esquina da sua casa). Resumidamente, para que alguém se aproprie de um espaço é necessário criar uma simbologia, seus valores, etc, para que ele signifique algo. E essa teoria eu tô sentindo no couro.

Este é o meu apartamento, sim (contanto que eu pague as contas em dia), mas ainda se parece com um quarto de hotel ou casa de praia que logo será deixado. Por enquanto, ao chegar digo um tímido oi, casa sem beijinhos ou abraços. E com a Unesc é a mesma coisa. Fico olhando para aquelas pessoas, as modeletes de salto, os almofadinhas, conversas, oi-como-tá-amiga?, e me sinto apenas um vulto em meio a isso. Exatamente igual às minhas caminhadas no Cesumar.

Mais uma vez, é uma questão de tempo. Não tô preocupada ou me sentindo mal, já sabia que seria assim.

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Hoje à noite foi a primeira aula do mestrado. Quer dizer, foi mais uma apresentação do curso, dos professores e dos alunos. Os professores parecem legais, os colegas parecem um quatrilhão de vezes mais velhos que eu - tenho quase certeza de que sou a mais nova da tchurma. A recepção foi legal; no final ganhamos salgadinhos, refrigerante e bombons deliciosos com quilos de cereja (quis muito ter levado a câmera quando vi).

Ah, e a bolsa cheia de bolsinhos, chaveirinho, botton, sacolinha e jornalzinhos? Achei tudo super atencioso até lembrar que, né, eu paguei indiretamente por isso. A Unesc é particular, beibe, alou?

mas é legal, vá


Suspirei e voltei pra casa com uma paz de espírito enorme. Vai ficar tudo bem.

E não fiz mais nenhuma cagada no trânsito.

       Be Your Own Pet - October, First Account
Na viagem pra cá, minha mãe disse que sou arrojada e concentrada para dirigir na estrada. Modéstia à parte, acho que sou mesmo. Não tenho medo e gosto; em todo o caminho lembro de ter feito apenas uma caquinha: entrar rápido demais numa curva da serra.

Já em Criciúma... eu tremo. Literalmente. Não troco as marchas direito, ando na contramão em rua de mão dupla, me distraio, sempre acho que me julgam por ter placa de fora. Checo os caminhos que devo fazer 68867894038 vezes e invariavelmente acho que vou errar. Nunca errei, mas caio em todos os buracos do caminho. Enfim, é uma catástrofe.

Pode ser coisa de caloura no trânsito pesadinho e caótico daqui, mas isso me dá nos nervos. Qualquer dia desses passa.

E aí é capaz que me torne a Sra. Wheeler:



(mentira.)


       The Broken West - Baby On My Arm
Então que tá na hora de contar como foram as coisas na última semana, né não? Hey ho let's go.

A despedida
Foi há exatamente uma semana num restaurante chinês/japonês: poucas e queridas pessoas, clima tranquilo e agradável. Jurava que ia chorar horrores, que ficaria deprimida ao voltar pra casa, que seria horrível... mas não poderia ter sido mais doce. Tudo correu da melhor forma possível. Voltei com um sorriso no rosto e com um dos presentes mais legais ever da Paula, Ana, Larissa e Tatia (perdoem a foto mal tirada):


Obrigada aos que foram. De verdade. Amo.

Os preparativos
O dia seguinte foi só correria. Compras de última hora no centro chuvoso, mau humor, cansaço, encaixotamento do resto das tranqueiras. À noite, na hora de colocar tudo no carro, percebemos que não caberia tudo. Desespero, mede aqui, mede lá, deixa (mais) coisas pra trás. O carro não aguentaria subir serras com tudo aquilo, tinha certeza.

A viagem
Eu e minha mãe saímos cedinho de Maringá. O combinado é que revezaríamos a direção, mas acabei dirigindo até Curitiba. E o carro subiu a serra e fez quase 16 km por litro e foi tudo ótimo e não tinha quase ninguém nas estradas. Se eu não estivesse com enxaqueca teria sido perfeito.

Chegando na terra dos curitibocas foi hora de visitar parentes. Abração da vó, conhecer os priminhos novos, rever os tios depois de terem voltado da igreja... e ser recebida com um sarcástico "ê sobrinha, mas achei que você ia pregar a palavra do Senhor e testemunhar lá na frente, etc etc" que me deixou absolutamente sem reação na frente da família inteira. E aquele silêncio. Hahah. A única coisa que saiu (totalmente inapropriada) foi um amarelado menos, tio, menos. Socorro.

Na outra manhã tomamos o rumo de Criciúma. Dirigi por todo o trajeto horrendo, cheio de buracos, caminhões, pistas simples e calor abominável da BR 101. Estava tão tensa que se encostassem em mim daria um pulo e gritaria e me estrebucharia por horas. Especialmente depois que dois caminhões simplesmente invadiram a pista em que estava e só tive tempo de frear e zunir pro acostamento. E mais especialmente ainda depois que pegamos esta chuva:

maringá - criciúma #5


Esta chuva. Durou uns 7 minutos e fez com que eu não enxergasse absolutamente nada na estrada, nem sequer as faixas. O carro dançava pra lá e pra cá mesmo a 60 km por hora. Meus olhos ficaram marejados e esbugalhados por todos esses minutos. O cansaço se elevou à milionésima potência.

Mas chegamos.

A chegada
Sim, chegamos, mas ainda havia muito o que fazer. Descarregar as caixas do carro, fazer compras, limpar o apartamento, preparar janta fria e guardar tudo numa caixa de isopor. Se não fosse pelo colchão inflável emprestado por um tio, teríamos dormido no chão.

novo lar #3
sinta o glamour


Mesmo assim, foi um alívio. Olhar pela sacada e ver isto também foi muito apaziguador:

E o porteiro mega simpático me deu uma vaga muito mais simples de estacionar na garagem. Ê.

Criciúma city
O que achamos que levaria dias, aconteceu em menos de 3 horas. O que achamos que não poderíamos comprar em meses, compramos nessas mesmas 3 horas. E no final da manhã tudo o que poderíamos adquirir já estava encomendado e prometido para o mesmo dia: o recheio do meu lar. Tive uma sorte imensa.

Só às 7 e tanto da noite entregaram, depois de um dia inteiro de espera e limpezas em meio às caixas. Restaram algumas coisas para serem montadas depois, mas estavam aqui. Todas aqui. Foi bonito.

E vai e volta e sobe e desce pelo centro da cidade. Nos finais de dia mal aguentávamos andar, mas acabou sendo bastante produtivo. Satisfatório.

E aí momis voltou ontem a Maringá.

Agora
As coisas aconteceram de uma maneira tão natural que ainda não estranhei estar completamente sozinha numa cidade desconhecida de gente bruta ou muito simpática (sem meios-termos). Apesar do apartamento não ser um palacete há bastante coisa com que me ocupar. Tenho milhares de filmes no PC. Tenho internet. Tenho gente que se importa comigo espalhada por aí. Tenho minha casa. Tive sorte.

Tô bem. E tô exausta.

       Oasis - She's Electric