Quando saiu o resultado do mestrado, em vez de sair pulando e gritando de felicidade, não esbocei qualquer reação: fiquei deprimida por alguns dias. Ao receber os parabéns efusivos das pessoas retribuía com sorrisos amarelo-ovo; tudo isso porque passei em 5º lugar. Não podia passar em 5º lugar, precisava muito da bolsa de estudos. Pela primeira vez meu número da sorte (o cinco) me traiu. Surtei e achei que não teria como me mudar pra Criciúma.
E aí pensava comigo "mas que merda, ralei o ano inteiro, me descabelei e gastei uma grana alta pra participar em congressos pra isso? grande porcaria!". Desde março estava me preparando, deixei muitas coisas de lado pra me dedicar a isso. Afinal, era tudo ou nada: só iria prestar mestrado na Unesc, já estava decidido.
Chorei. Me acalmei. Fiz contas. Conversei com meus botões e zíperes. Sumi da minha vida social (leia-se internet). Comi três elefantes por dia. E concluí o que todo mundo sabia, menos eu: sim, vou poder me mudar.
Em menos de dois meses devo dirigir por730 930 km com tudo que eu possa carregar no carro - essa será minha mudança. Vou começar do zero, numa cidade desconhecida e de habitantes desconhecidos, sozinha. E apesar de ser excitante e assustador, também é um final. Finais sempre são tristes.
Fico olhando para a casa, onde vivi por quase 20 anos. Minhas coisas, a poeira que nunca dá trégua, o jardim bonito, o posto e mercado aqui pertinho. As luzes da garagem - até hoje não consegui memorizar os interruptores que as acendem -, os móveis, os macetes para abrir o portão da frente, a grama que ajudei a plantar. Cada canto traz consigo pelo menos uma história, uma lembrança.
Enquanto via os fogos de artifício à meia-noite, segurando a tradicional taça de champagne na frente da casa com minha mãe, me dei conta de que isso será pela última vez. Absolutamente óbvio, eu sei, mas existe uma diferença enorme entre saber e sentir algo desse gênero.
E, bem... acho que não vou sentir saudades. Quando me despeço não olho pra trás. Nunca (ou: até hoje).
Mas ainda não terminei de dizer tchau.
E as pessoas, aquelas poucas de que gosto... ah, dessas eu não me despeço. Não, não.
E aí pensava comigo "mas que merda, ralei o ano inteiro, me descabelei e gastei uma grana alta pra participar em congressos pra isso? grande porcaria!". Desde março estava me preparando, deixei muitas coisas de lado pra me dedicar a isso. Afinal, era tudo ou nada: só iria prestar mestrado na Unesc, já estava decidido.
Chorei. Me acalmei. Fiz contas. Conversei com meus botões e zíperes. Sumi da minha vida social (leia-se internet). Comi três elefantes por dia. E concluí o que todo mundo sabia, menos eu: sim, vou poder me mudar.
Em menos de dois meses devo dirigir por
Fico olhando para a casa, onde vivi por quase 20 anos. Minhas coisas, a poeira que nunca dá trégua, o jardim bonito, o posto e mercado aqui pertinho. As luzes da garagem - até hoje não consegui memorizar os interruptores que as acendem -, os móveis, os macetes para abrir o portão da frente, a grama que ajudei a plantar. Cada canto traz consigo pelo menos uma história, uma lembrança.
Enquanto via os fogos de artifício à meia-noite, segurando a tradicional taça de champagne na frente da casa com minha mãe, me dei conta de que isso será pela última vez. Absolutamente óbvio, eu sei, mas existe uma diferença enorme entre saber e sentir algo desse gênero.
E, bem... acho que não vou sentir saudades. Quando me despeço não olho pra trás. Nunca (ou: até hoje).
Mas ainda não terminei de dizer tchau.
E as pessoas, aquelas poucas de que gosto... ah, dessas eu não me despeço. Não, não.
The Apleseed Cast - Rooms and Gardens
2 Responses to 2007 foi um ano bom (e lento e difícil)
Sabe, agora é a minha vez de ficar 1 ano vendo o q vou fazer e tals né. E mais uma vez, como sempre, vou vendo pessoas que amo indo embora. Já saquei que a vida é assim mesmo, mas nunca deixa de ser dificil.
Mas eu to sempre aqui pra vc, (vc sabe disso não sabe?!) To aqui (em qquer lugar) como amiga que te quer bem sempre e que sempre torceu pra q td desse certo. =)
Quero te ver logo dona Joyde fofa, pra bater uns papos.
(L) ;)
=***
pois é, paulinha... mais cedo ou mais tarde as pessoas tomam rumos diferentes. como você disse, é assim mesmo...
(aliás, não deu certo o mestrado na ufpr?)
e vamos nos ver, sim. deve ter uma porção de fofoca acumulada! haha :)
beijo.
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